Produtor investe de forma constante em tecnologia e novos equipamentos
De acordo com o site Milk Point, Castro é referência nacional na produção e qualidade do leite e genética de rebanho. O município, fundado em 1778, tem pouco mais de 65 mil habitantes e situa-se no primeiro planalto paranaense. O crescimento foi impulsionado pela Cooperativa Castrolanda, o que possibilitou a vinda de novos colonos para o Estado, entre eles, um grupo de famílias Holandesas que desembarcou no Rio de Janeiro em 1951.
Naquela época, às margens do rio Iapó, teve início a Colônia Castrolanda. Em uma área de 5 mil hectares, os imigrantes construíram estradas, moradias e estábulos para a produção de bovinos, sendo esses os primeiros passos da Cooperativa Castrolanda.
Com essas informações, entendemos melhor por que muitos agricultores migraram ou dividiram suas atividades tradicionais para a produção leiteira. Nosso amigo Mario, que está há 18 anos no ramo, recebe o pagamento com bonificações da cooperativa pelos 3.500 litros de leite que entrega diariamente. A qualidade do leite produzido levou o fazendeiro a angariar o quinto lugar na categoria, em avaliação realizada anualmente pela Castrolanda, no Dia do Pecuarista.
A produção do leite em sua fazenda está ligada diretamente com as boas práticas no manejo, mantendo todos os procedimentos protocolados de acordo com o que é exigido pelos auditores da qualidade. Quando há alguma inconformidade, a equipe da fazenda toma as devidas providências para eliminar o problema.
Com um crescimento anual de 20% nos últimos três anos, a Fazenda das Pedrinhas pretende chegar à produção de seis mil litros de leite ao dia em 2015. Quando alcançar esse patamar, Mario pretende estabilizar o crescimento quantitativo e investir na melhoria genética dos animais. Um dos motivos para isso é o espaço limitado. Segundo ele, no verão são destinados 40 hectares para a produção leiteira, já no inverno são 100 hectares. Além disso, a fazenda desenvolve agricultura e mantém uma reserva legal de 90 hectares, onde é possível integrar gado de corte e reflorestamento de eucaliptos.
No total, são 250 animais – 120 deles em lactação, com média de 30 litros por animal. Mario optou por semiconfinamento, onde os animais comem no cocho, mas pernoitam no pasto. A fazenda divide os animais por lote, sendo assim, no lote 01 ficam os animais de alta lactação, que recebem dieta completa e são soltos no pasto para pastoreio e descanso. No lote 02 ficam os animais recém-paridos, de baixa produção e aqueles em tratamento, com dieta própria. Periodicamente é realizada a pesagem do leite produzido quando os animais são readequados nos lotes.
Vale ressaltar, também, a preocupação com a destinação correta dos dejetos dos animais. A fazenda conta com fossa que capta o esterco dos animais, o qual posteriormente é distribuído nas áreas agrícolas.
A Propriedade utiliza inseminação artificial no rebanho
A inseminação artificial é realizada por funcionários da fazenda, a escolha do touro utilizado passa por processo de avaliação das características de importância econômica, saúde, composto de úbere e pernas e produção de sólidos. O que está ocorrendo, em alguns casos, é a transferência de embriões, uma técnica recente, aplicada de forma gradativa. Com a filha e o genro de seu Mario atuando como veterinários, a propriedade acaba sendo um modelo, pois sempre são testadas novas técnicas. A inseminação é feita em animais a partir de 14 meses, com sêmen sexado, o que garante 95% de fêmeas. Até alcançar a idade para a inseminação, o animal passa por cinco estágios de lotação, cada um deles com uma dieta diferente. Quando nasce um macho, o animal é descartado. O critério de desmame á aos 60 dias ou 90 quilogramas de peso vivo.
O processo de secagem do animal em lactação inicia-se entre 45 a 60 dias antes da vaca parir. No período de três semanas que antecede o parto a vaca ganha uma ração especial. Na fazenda, o antigo chiqueiro passou por reformas e virou bezerreiro. A maioria dos bezerros é da raça holandesa preto e branco e mestiças de pardo-holando. A reposição, que chega a 30 animais por ano, é toda feita com animais da própria fazenda e eventualmente adquirido animal com genética melhor.