Entretanto, em todo o mundo a agricultura possui um espaço de expansão de apenas 15%
Acervo Notícias da Pecuária
?No ritmo atual, a pecuária vai ceder 8,6 milhões de hectares de pastagens para a agricultura em todo o país. ?Projeções da Agroconsult apontam que at? 2022 as atividades agrícolas exigirão 15,3 milhões de novos hectares. A expectativa da consultoria ? de que 82% venham de pastagens e, apenas, 18% de supressão de vegetação nativa.
Criador de Nelore Há 35 anos, Jos? Lúcio Veira, proprietário da fazenda Mineiros, em Mato Grosso, acaba de liquidar um rebanho de 4.600 cabeças para investir na agricultura. Insatisfeito com a instabilidade da pecuária, o criador optou por arrendar a propriedade para a plantação de soja por ser, segundo ele, uma atividade sólida e fixa.?
Segundo Pedro Rocha Marques, consultor em agronegócios, esta invasão da agricultura tem diferentes fases no Brasil. Regiões como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná já passaram por um primeiro e intenso processo de "agriculturização", na d?cada de 90 e vivenciam uma nova onda, com a expansão de soja e de milho sobre novas áreas. "Nas regiões de terra mais cara, os produtores já estavam sendo obrigados a serem mais eficientes, mas a pressão será dobrada de agora em diante".?
Estados da região norte, como Tocantins e Pará, ainda permitem a pecuária extensiva nos velhos moldes, pois o valor do hectare ainda ? baixo. Já no sul do país a concorrência com os graõs está bastante acirrada. No Rio Grande do Sul, por exemplo, uma segunda fronteira agrícola deve ser aberta para os grãos em uma futuro próximo. A Embrapa estuda o cultivo de soja nas grandes áreas de várzea, na fronteira oeste, onde atualmente, estão 60% da pecuária gaúcha, que divide espaço com a rizicultura.?
A conscientização da necessidade de se profissionalizar ? o primeiro passo para tornar a pecuária, no mínimo, competitiva com a agricultura. O Brasil vai precisar expandir as áreas de grãos e isso ocorrerá inevitavelmente sobre as pastagens. Portanto, o produtor que deseja sobreviver terá de ser mais eficiente, ou seja, produzir mais arrobas por hectare. "Não tem como uma produção que só degrada, concorrer com uma agricultura que trabalha com alta tecnologia e pessoas qualificadas. ? uma concorrência desleal. Neste caso, ? inevitável a agricultura tomar a pecuária uma atividade marginal", observa o engenheiro agrônomo Rodolfo Cyrineu.
O pecuarista acha o adubo caro e prefere não investir. Sequer procura investigar os benefícios que teria, segundo Cyrineu. O primeiro passo para reformar pasto ? conhecer seus níveis de degradação medindo a quantidade de mat?ria seca por hectare.?
Gestão de Mão de Obra
O campo passa por um momento, não muito favorável, de grande escassez de mão de obra qualificada, devido a migração de muitas pessoas para a cidade. Assim, achar um funcionário qualificado ? algo raro nos dias atuais.?
Uma saída eficiente para essa situação ? investir nos funcionários, dando o treinamento e a qualificação necessária, e ainda ir um pouco al?m para não perder mão de obra qualificada para os vizinhos. Para Rodolfo Cyrineu, o que mais segura o funcionário na fazenda não ? o salário, e sim, e satisfação em relação ao trabalho.
Serviço
A mat?ria completa " Lavoura X Pecuária: Uma disputa de gigantes", pode ser conferida, na íntegra, na revista "AG" do mês de junho, páginas 10 a 16.
www.revistaag.com.br