Notícias sobre agronegócios, agricultura, pecuária e meio ambiente - 09 de Setembro de 2013
07/09/2013 - 11:20

Fatores afetam o frete rodoviário são relatados em estudo da Esalq

Distância percorrida, qualidade da via e oferta multimodal impactam custo logístico; lei do motorista e filas nos portos também elevam valor final.

?Distância, qualidade da via, origem e destino da viagem, tipo de carga e existência de alternativa multimodal. Esses são fatores que influenciam diretamente no valor do frete rodoviário, para transporte das commodities agrícolas nacionais. A partir da análise de quatro corredores de transporte do país, de grande importância econômica, o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-LOG), da Escola Superior de Agricultura ?“Luiz de Queiroz?” (USP/Esalq) estabeleceu um modelo econom?trico para o transporte de açúcar, soja, farelo de soja e milho, que permite identificar as variáveis que mais afetam o valor final dos custos logísticos. O estudo verificou tamb?m o impacto causado pela legislação e pela presença de alternativas modais no valor final do frete.

?Para a execução da pesquisa, foram consideradas 500 rotas rodoviárias distribuídas nos principais corredores de transporte do Brasil. ?“Verificamos que a distância, pedágio e destino portuário impactam positivamente nos preços de fretes. Enquanto a qualidade da via e a existência da alternativa ferroviária causam reduções nos preços de fretes?”, comenta o Engenheiro Agrônomo Thiago Guilherme P?ra, pesquisador do Esalq-LOG.

?Qualidade da via

A partir do banco de dados do Sistema de Informações de Fretes (Sifreca), do próprio Esalq-LOG, foi levantada uma s?rie histórica que contemplou os indicadores de preços de fretes entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012. Para o estudo da qualidade da via, foi elaborado um indicador de cada rota, que classifica em ?“rodovia boa?” e ?“não boa?”. Em princípio, foi realizado o mapeamento das rodovias de cada rota do projeto, considerando a extensão dos trechos percorridos. ?“Assim geramos um ponderador de qualidade da via pela distância percorrida nestes novos trajetos?”, conta P?ra.

?Na sequência, os pesquisadores determinaram a classificação das rodovias via Confederação Nacional do Transporte (CNT). ?“A CNT classifica a rodovia em quatro grupos: geometria da via, qualidade do pavimento, sinalização e geral?”, lembra o pesquisador. Cada grupo recebe as seguintes classificações: ótimo, bom, regular, ruim ou p?ssimo. Tais informações são disponibilizadas em relatórios anuais denominados ?“Pesquisas de Rodovias?”. Finalmente, foi gerado um indicador de qualidade da via para ser utilizado na etapa da modelagem econom?trica e cada rota recebeu, assim, as determinações de ?“boa?” e ?“não boa?”. ?“A rota classificada como boa deve possuir a especificação de que no mínimo 50% de todo seu trajeto ? percorrido por rodovias classificadas como boas e ótimas pelo relatório de ?“Pesquisas de Rodovias?” da CNT?”, explica P?ra.

?Fatores

?O estudo aponta que produtos que utilizam o mesmo conjunto de equipamentos (bitrem graneleiro, por exemplo) e as mesmas rodovias, possuem precificações de fretes distintas. Levar açúcar at? o porto de Santos ou de Paranaguá, no Paraná, de caminhão, custa mais do que levar soja e milho, respectivamente. Al?m disso, o transporte de carga em rodovias classificadas em ?“boas?” apresenta redução nos preços de fretes rodoviários, quando comparadas as rodovias ?“não boas?”. ?“A qualidade da via implica em menores perdas de produto ao longo da viagem, redução do tempo e diminuição da depreciação do veículo e do consumo de combustível. Desta forma, uma boa qualidade da via diminui o valor do frete por reduzir os custos operacionais de transporte?”, reforça o pesquisador.

?Exportação, lei e ferrovia

As filas de caminhões causadas pela espera para descarregar no Porto de Santos tamb?m impactam no valor do frete. ?“Os preços nas rotas com destino aos portos são impactados positivamente quando comparadas com os destinos de mercado dom?stico?”. A alternativa ferroviária representou, no modelo do Esalq-LOG, resultados negativos para compor o preço do frete. ?“Quando há a existência da alternativa ferroviária na região de origem da rota de cada carga avaliada, o valor do frete rodoviário ? menor?”. No que se refere à Lei 12.619, de abril de 2012, que dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, o efeito ? imediato, uma vez que verificou-se aumento dos valores dos fretes rodoviários a partir do segundo semestre de 2012, com encarecimento dos valores na ordem de 10%. ?“Esse estudo fornece subsídios para a tomada de decisão do setor público, podendo refletir em investimentos de infraestrutura e proposição de políticas públicas que visem reduzir custos logísticos, particularmente do setor agroindustrial, visto que ? um setor altamente impactado pela logística?”, finaliza P?ra.

?O estudo foi realizado em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Na Esalq, participaram do trabalho Thiago Guilherme P?ra, Priscilla Biancarelli Nunes, Jos? Vicente Caixeta Filho (diretor da Esalq e coordenador geral do Esalq-LOG), al?m Daniela Bacchi Bartholomeu, pesquisadora do Esalq-LOG e Augusto Hauber Gameiro, professor da USP no campus de Pirassununga (SP).

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