? ?O jornal Valor Econômico apurou que a região do Tocantins que faz fronteira com a Bahia deve ser liberada para adotar a tecnologia, embora o cultivo deva continuar proibido nos municípios ao norte do Estado.
?A zona de exclusão foi criada pelo Minist?rio da Agricultura para atender ao cumprimento do parecer t?cnico conclusivo da Comissão T?cnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que fixou uma tolerância de at? 1% para a presença de transgenias em lavouras convencionais de algodão na região.
?O objetivo dessas zonas ? evitar que esp?cies nativas e adaptadas sejam contaminadas. Segundo decisão da ?poca baseada em um parecer da Embrapa, "o isolamento geográfico entre cultivares ? a forma mais eficiente de se evitar cruzamentos". Ficou acertado que em todas as safras o zoneamento seria atualizado, com a possibilidade de retiradas ou inclusões de zonas de exclusão.
?De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, o pedido para a liberação do cultivo foi feito diversas vezes. "Estamos em campanha para aprovar o cultivo de culturas transgênicas nas regiões de limite de Estados produtores. Existem casos de fazendas na divisa que precisam plantar as duas variedades", disse.
?Com a liberação dos transgênicos, o governo estadual acredita que a área plantada com algodão em Tocantins vai crescer dos atuais 6 mil para cerca de 40 mil hectares at? a safra de 2015/16. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado deve produzir 18,9 mil toneladas da commodity neste ano.
?A decisão de liberar o cultivo de plantas geneticamente modificadas no Estado veio após um parecer da Embrapa, apresentado à CTNBio, no qual a estatal de pesquisa sustenta não haver risco de contaminação de esp?cies nativas. "Tocantins era considerado um Estado de 'amortecimento' para a cultura na região amazônica. No entanto, o algodão está mais na divisa com a Bahia [distante do bioma amazônico]", afirma Jaime Caf?, secretário de Agricultura de Tocantins.
?De acordo com ele, a decisão, que contraria a posição da maior parte dos ambientalistas, beneficiará os produtores. "Somente na parte de agrotóxicos, poderemos diminuir os custos em 20%. Al?m disso, a produtividade será maior", afirma Caf?. A transgenia mais difundida entre as lavouras de algodão ? a "Bt", que torna as plantas resistentes ao ataque de insetos.
?Segundo especialistas, o algodão pode se transformar em uma alternativa para a segunda safra nas áreas de Tocantins já dedicadas à soja, como já ocorre na Bahia. "A produção que mais cresce em Tocantins ? a de soja. Essa autorização pode abrir caminho para o plantio do algodão na segunda safra. E a aptidão para o algodão ? justamente na parte que faz fronteira com a Bahia", disse Anderson Galvão, da C?leres Consultoria.
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