Notícias sobre agronegócios, agricultura, pecuária e meio ambiente - 20 de Abril de 2021
Artigos

Artigo - A produção e o consumo de carne suína no mundo

O consumo global de carne aumentou 58% nos últimos 20 anos, de acordo com estudo publicado o ano passado pelo Bureau Australiano de Ciências e Economia Agrícola e de Recursos (ABARES).

Por Heloiza Nascimento*
Em 13 de Maio de 2020 às 14h17
Médica Veterinária, Heloiza Nascimento. Divulgação.

O consumo global de carne aumentou 58% nos últimos 20 anos, de acordo com estudo publicado o ano passado pelo Bureau Australiano de Ciências e Economia Agrícola e de Recursos (ABARES). Segundo a instituição, tanto o crescimento populacional quanto o aumento de renda contribuíram igualmente para esse índice. Países em desenvolvimento, principalmente, foram os responsáveis por esse incremento no consumo de carne per capita, já que, em países desenvolvidos, o consumo manteve-se praticamente estável.

De acordo com pesquisa publicada pelo National Pork Board, programa patrocinado pelo Serviço de Marketing Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em 2018, a carne suína respondeu por 40,1% do consumo per capita mundial; a carne de boi, por 21,4%; a carne de frango, por 33,3% e a de ovino, por 5,3%.

Segundo a ABARES, nos Estados Unidos e na Austrália, o consumo de carne aumentou nos últimos anos, devido ao crescimento do consumo de carne de frango, demanda atendida principalmente pela produção doméstica. Em contraste, a demanda de carne no Japão reduziu, por conta, principalmente, do envelhecimento da população.

Quando se fala em produção de carne suína, China (43, 87%), União Europeia e Reino Unido (22,62%) e Estados Unidos (11,97%) lideram o ranking e, juntos, são responsáveis por 78,46% da produção global.

O Brasil ocupa a quarta posição no ranking de produção de carne suína no mundo, com 3,88% da produção global. Do que produzimos (649.382,28 mil toneladas), 16% têm destino internacional, sendo a região Sul do País a maior produtora e exportadora. Responsável por 66% da produção nacional e quase que pela totalidade das exportações de carne suína, a região tem como maior destaque o estado de Santa Catarina. Os principais destinos hoje são China, Hong Kong e Chile, de acordo com o Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em novembro de 2019, a produção de carne suína global sofreu uma queda de 8,5% , fruto dos impactos da peste suína africana (PSA) que assolou os rebanhos na China e em outros países asiáticos e europeus. De acordo com o USDA, a previsão para este ano é de que haja ainda mais uma queda de 7% dessa produção global, sob o efeito da PSA.

Para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a PSA representa o fator mais significativo para as perspectivas do mercado mundial de carne , que elevou o comércio global de carne bovina para 13,8 milhões de toneladas e provocou uma pequena redução no volume da carne ovina para 1 milhão de toneladas.

Países como o Brasil e os Estados Unidos, e, em menor grau, a União Europeia e o Reino Unido estão compensando parte da queda da produção na Ásia. Essa forte demanda vinda dos países asiáticos elevou para 10,5 milhões de toneladas as exportações globais de carne suína, o que incentivou os produtores a expandirem seus rebanhos.

As importações da China aumentaram para 3,9 milhões de toneladas de carne suína, montante que representa 40% das importações globais. Em contrapartida, a importação de carne por outros países teve sua previsão reduzida em 2020.

Espera-se que, até 2050, o consumo de carne no mundo dobre, devido ao crescimento populacional e ao aumento da renda per capita, porém a tendência é que o consumo per capita desacelere, à medida em que o padrão de consumo no mundo se aproxime ao dos países desenvolvidos. Outra tendência global é que as carnes brancas tomem o lugar das carnes vermelhas na dieta das pessoas.

Além disso, o impacto da COVID-19 certamente será negativo na demanda global de carnes, mas espera-se que a capacidade de recuperação econômica da China e dos Estados Unidos contribua para a retomada regular da demanda de proteína animal no curto prazo.

* Médica-veterinária formada pela UFV, com MBA em Marketing pela FGV e mestranda em Ciência Animal pela UFMG, atualmente, faz parte da equipe de assistentes técnicos de suínos da Zoetis.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Últimas notícias em Artigos
VER TODAS EM ARTIGOS
Notícias em destaque agora
Notícias da Pecuária
Fale conosco
Anuncie
Expediente
Reportar erro
Política de Conteúdo
O objetivo do Notícias da Pecuária é divulgar notícias, reportagens, entrevistas, eventos e outros conteúdos variados relacionados ao agronegócio. Para a construção dos textos usamos informações próprias, releases de assessorias de imprensa, internet, revistas, artigos e contribuições do público, imagens próprias e imagens de divulgação. Todas as fontes, créditos, e marcas d'água tanto de textos ou fotos são devidamente creditados. Caso você seja autor e se sinta prejudicado por qualquer foto/imagem ou texto publicado, entre em contato por e-mail e prontamente faremos a remoção.