Meta dos cientistas é reduzir a emissão de gases produzidos pelos animais, embora 97% do gás metano produzido pelo gado bovino seja liberado durante o arroto dos animais.
Acervo/Notícias da Pecuária
A iniciativa vinda da Casa Branca para o clima está incentivando a busca pela 'vaca do futuro', uma nova geração de animais cujas emissões de gases que provocam o efeito estufa serão reduzidas por pílulas anti-metano, scanners de arroto e mochilas coletoras de gás.
O dióxido de carbono produzido pelos combustíveis fósseis ? o principal gás produzido pelo homem que contribui para o aquecimento global do planeta, mas o metano ? mais poderoso e nos Estados Unidos sua maior fonte está em seu rebanho de 88 milhões de cabeças de gado, que produzem mais que os aterros sanitários, os vazamentos e gás natural ou a exploração de gás por fraturamento hidráulico.
O presidente dos EUA Barack Obama, em sua administração lançou no mês passado um plano para conter as emissões de metano, que deu uma nova relevância às tecnologias voltadas para a criação de gado que respeitam o meio ambiente, que vão de suplementos alimentares a testes de DNA de intestinos a tanques de gás que podem ser presos aos animais.
Juan Tricarico, diretor do projeto ?Vaca do Futuro? no Innovation Center for US Dairy, um instituto de pesquisas de Illinois, diz que a iniciativa estimulou seus esforços para a criação da ?estrela esportista? do mundo bovino. ?Isso ? muito desafiador para nós porque mostra que jogadores importantes estão pensando de maneira parecida com a nossa?.
O metano ? responsável por 9% das emissões de gases do efeito estufa dos Estados Unidos e ele não perdura no ar por tanto tempo como o CO2, mas tem um efeito de aquecimento global 20 vezes maior que o do CO2, de acordo com a Casa Branca.
Por?m, as barreiras financeiras estão dificultando a adoção de instrumentos que limitem a emissão de metano pelos rebanhos bovinos, como ocorreu com a tecnologia inicial para conter a poluição provocada pelas estações geradoras de energia e pelos automóveis. Os custos são inacessíveis para os produtores de leite e pecuaristas de rebanhos de corte, e o tipo de pesquisa que poderia tornar esses instrumentos mais baratos exige financiamentos públicos.
A C-Lock, uma companhia de Dakota do Sul, vende uma estação de alimentação que fornece aos animais suplementos alimentares como o manjericão, para reduzir a produção de metano e medir o conteúdo do hálito dos animais por meio de sensores.
O fundador da C-Lock, Patrick Zimmerman, afirma que os preços começam em US$ 45 mil, mas chama atenção para os benefícios econômicos proporcionados pela melhoria de eficiência. ?De 3% a 15% da energia que os animais consomem são perdidos na forma de metano e isso ? um desperdício.?
Já no Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola da Argentina, cientistas criaram mochilas que coletam gás atrav?s de tubos inseridos nos estômagos das vacas. Normalmente uma vaca emite de 250 a 300 litros de metano por dia e pesquisadores afirmam que isso poderia ser usado para mover um automóvel ou fazer funcionar uma geladeira, mas Jorge Antonio Hilbert, do instituto, explica que o uso dos tanques em grande escala ? totalmente improvável.