13/05/2013 - 08:13
Procura por confinamentos tem aumentado em todo o país
Nos últimos anos os confinamentos brasileiros aumentaram de tamanho, houve mudança no tipo de ração que é servida aos animais, com a redução da quantidade do volumoso (como o capim e a cana-de-açúcar picada) e crescimento do percentual do concentrado (como caroços e farelos), o trabalho se tornou mais tecnificado, mas o sistema ainda tem muito a evoluir.
Rural Centro
Confinar 2013 em Campo Grande
A avaliação foi feita pelo zootecnista, doutor em Nutrição e Produção de Ruminantes e professor da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), Danilo Millen, em palestra no Confinar 2013, na manhã de sexta-feira (10), em Campo Grande (MS).
Um dos exemplos citados para mostrar a necessidade dessa evolução está no perfil de animal que está entrando no sistema de confinamento. ?Os animais estão entrando com a idade de 24,4 meses, mas com um peso em torno de 369 quilos. Então precisam de uma dieta especial nos primeiros dias de confinamento para crescer e engordar e outra para a terminação para dar o acabamento de gordura que o frigorífico pede. Sem esse cuidado, vão ganhar muita gordura e muito pouco peso?, explicou.
Al?m de novos tipos de rações, o zootecnista diz que o próprio manejo nos confinamentos precisa ser aprimorado. Um dos principais cuidados que os criadores têm de adotar, conforme ele ?, com a mistura dos componentes da ração, que deve ocorrer em local próprio, com os horários em que o alimento ? oferecido ao gado e depois com a sua distribuição nos cochos. ?Sem esses cuidados o criador vai jogar dinheiro fora. A ração ? item mais caro do sistema de confinamento e com margens cada vez mais apertadas o produtor precisa estar atento a esses detalhes?, avaliou.
Em relação ao futuro do confinamento no Brasil, Millen diz que atualmente o sistema ? responsável por cerca de 9% dos animais abatidos anualmente no País e que se confirmadas as projeções deve fechar 2013 com cerca de 4 milhões de cabeças confinadas, atingindo o patamar de segundo maior confinador do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Ele disse ainda que não acredita que ocorra no País a situação registrada nas propriedades norte-americanas, em que a maior parte do rebanho ? criado no sistema de confinamento. ?Lá tudo empurra para o confinamento. A pastagem em razão das condições climáticas não tem massa, para colocar uma vaca ? necessária uma grande quantidade de áreas e eles têm uma produção recorde de milho. Por isso confinam. O Brasil tem ? que aproveitar seu nicho, suas características. Os criadores brasileiros devem usar o confinamento para terminar os animais, padronizar a carne e rodar o ciclo produtivo?, destacou.
As perspectivas para o sistema no Brasil, indicam para um aumento do tamanho das operações, aumento do teor de energia das rações utilizadas, menor disponibilidade dos coprodutos e otimização do uso do amido (milho) nas rações.
Com informações: Agrodebate