Notícias sobre agronegócios, agricultura, pecuária e meio ambiente - 24 de Julho de 2014
29/05/2014 - 11:11

Pesquisadora fala sobre a importância do descarte de vacas

Para realizar o descarte deve considerar vários critérios como: falha reprodutiva, temperamento da vaca e, no caso de se trabalhar com inseminação artificial, deve-se avaliar se o animal tem uma condição ginecológica favorável à técnica.
Kadijah Suleiman/ Embrapa Gado de Corte
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A reposição anual do rebanho de matrizes ? importante para manter a produtividade nas propriedades rurais, com o descarte dos animais improdutivos, que falharam em mais de uma estação de monta, e os considerados ?“velhos?”, ou seja, perto de diminuir a fertilidade. A recomendação ? que todo ano sejam repostos 30% dos animais.?

A pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Alessandra Nicácio, explica que, al?m da idade do animal, o descarte deve considerar vários crit?rios como: falha reprodutiva, temperamento da vaca e, no caso de se trabalhar com inseminação artificial, deve-se avaliar se o animal tem uma condição ginecológica favorável à t?cnica.

?“Normalmente, o descarte ? feito depois do diagnóstico de gestação, que detecta as vacas que falharam. Então, faz-se a análise do histórico do animal, se já falhou outras vezes. Tem propriedade que a vaca falha um ano e já ? descartada mesmo sendo jovem ainda, o que ? chamado de pressão de seleção?”, diz a pesquisadora. Segundo ela, essa vaca que falha um ano não ? necessariamente uma vaca improdutiva, então ela pode at? ser vendida para outra propriedade ao inv?s de ser enviada para o abate.

Quanto antes for feito o diagnóstico de gestação, mais rapidamente pode ser realizado o descarte, evitando-se que o animal fique mais tempo na propriedade ou, caso a intenção seja fazer o confinamento para que o animal ganhe peso antes de ser vendido ao frigorífico, isso pode ser feito o quanto antes. Algumas propriedades realizam o diagnóstico mais tardio, junto ao período da desmama (convencionalmente quando o bezerro tem entre seis e oito meses), o que ? interessante porque a vaca considerada velha, que teve o último bezerro, já pode ser descartada. ?“A decisão sobre o momento do descarte ? mais uma decisão administrativa de quando ? melhor para a organização da propriedade?”, destaca Alessandra.

Vacas primíparas e multíparas

A novilha torna-se primípara após o primeiro parto. Esse animal ainda está em fase de crescimento e, portanto, não alcançou seu peso adulto e, durante o período de pós-parto, tem uma necessidade nutricional maior. Devido a essas circunstâncias, as primíparas costumam ter uma taxa de prenhez mais baixa, o que pode levar à conclusão de que ela tenha falhado e deva ser descartada. ?“Desse modo, a propriedade só terá novilhas, vacas velhas e as primíparas que emprenharam. Então ? preciso tomar cuidado com o crit?rio de descarte de primíparas para que não se faça tanta pressão de seleção nessa categoria. O ideal ? não descartar logo na primeira falha, mas dar a essa vaca uma outra chance para emprenhar novamente?”, explica a pesquisadora.

A partir do momento que a vaca tem o segundo parto, ela ? considerada multípara. O período ideal entre um parto e outro ? de 12 meses. De acordo com Alessandra, para a multípara, caso ocorram duas falhas seguidas, ela pode ser descartada da propriedade, considerando já ser um animal adulto e com peso ideal.

Novilhas

No rebanho de matrizes, a recomendação ? que 30% sejam de novilhas, visando não causar grande impacto quando elas se tornarem primíparas. A pesquisadora acrescenta que quando a intenção ? aumentar o rebanho, o ideal ? colocar mais de 30% de animais ou diminuir o descarte, sempre mantendo essa porcentagem de novilhas. ?“O que não se pode fazer ? colocar muitas novilhas, pois no ano seguinte haverá um número muito grande de primíparas. Por exemplo, se forem colocados 50% de novilhas, no ano seguinte o índice de prenhez será mais baixo?”, enfatiza.

Antes de serem colocadas na estação de monta, faz-se a seleção das novilhas avaliando-se quais melhor atendem aos crit?rios de reprodução, se estão ciclando e têm boa conformação e condição corporal. Muitas novilhas tamb?m podem ser usadas como receptoras de embrião. Atrav?s dessa t?cnica, ? realizada a superovulação da vaca e, ao inv?s de ela produzir apenas um embrião, poderá produzir at? dez, que serão colocados em outras vacas, as chamadas receptoras. ?“A t?cnica visa à produção de reprodutores e matrizes?”, conclui a pesquisadora.
Assessoria de Imprensa Embrapa Gado de Corte
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