Notícias sobre agronegócios, agricultura, pecuária e meio ambiente - 14 de Dezembro de 2015
06/10/2015 - 11:33

Artigo: Preocupações de cada tempo

Artigo de autoria do analista da Embrapa Gado de Corte, Rodrigo Alva.
Kadijah Suleiman - Embrapa Gado de Corte
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Analista da Embrapa Gado de Corte, Rodrigo Alva.

Tenho uma filha de 3 anos, e a todo momento me pego buscando o melhor para a sua segurança e bem-estar. Eu e minha esposa nos preocupamos em evitar seu contato com objetos e locais perigosos, em ensiná-la a não conversar com estranhos, em transportá-la no automóvel com segurança e, ? claro, com a sua alimentação.


Muitos de nós se recordam de quando ?ramos crianças e brigávamos com nossos irmãos na hora de sair de carro com os pais para ver quem ia no meio ?– entenda-se bem na frente do meio do banco traseiro, esgueirando-se de lado entre os bancos da frente ?–; ou de quando passeávamos com colegas na caçamba de pick-ups ou caminhonetes, de p?, nos equilibrando ou sentados nas laterais; ou de quando nossos pais ou mães enchiam o carro com amigos para nos levar a algum lugar, e você ia na frente com algu?m e mais de três se sentavam no banco de trás. Vocês acham que por essas ou outras inúmeras razões seus pais se preocupavam menos com você? ? claro que não. Diferentes contextos e ?pocas apresentam diferentes comportamentos e realidades. Estamos sempre buscando melhorar, como indivíduos e como sociedade ?– ? bem verdade que uns buscam mais que outros.


O mesmo raciocínio se aplica à segurança alimentar de nossos filhos. Sua mãe, quando escolhia e comprava a carne do almoço sempre no mesmo açougue, do seu Fulano ?– que ela já conhecia de longa data ?–, estava primando pela confiança na procedência daquela carne. Quando ela usava o martelinho para amaciar o bife, ela cuidava da maciez da carne de qualidade e boa procedência que ela havia acabado de comprar. Quando os bifes eram servidos à mesa, o cheiro e o paladar tratavam de prazerosamente finalizar o processo alimentar que nossas mães haviam desenhado para que tiv?ssemos o melhor para o nosso crescimento saudável.


O tempo passou, as exigências se tornaram mais s?rias, a preocupação com a saúde aumentou, a ciência apresentou novidades e o tempo ficou escasso. A indústria precisou se adequar, e com a carne bovina não foi diferente.


No econômico, as últimas três d?cadas foram de grandes avanços na área da bovinocultura de corte. O país deixou de importar carne para ser o maior exportador de carne bovina do mundo desde 2008.


No campo científico, a Embrapa Gado de Corte, por meio de seus pesquisadores, vem se dedicando à melhoria da carne que consumimos há mais de 37 anos. Quase todo o bife consumido no país tem hoje pelo menos um conhecimento produzido por esta Unidade da empresa.


Toda essa mudança de cenário justifica a busca por uma forma de certificação, de garantia. Os pais hoje, grupo do qual faço parte, buscam no mercado elementos que atestem que aquele alimento que seus filhos estão prestes a ingerir tem qualidade. A triagem que nossas mães faziam passou a ser realizada por esse mercado. Hoje temos à nossa disposição todo um segmento, na bovinocultura de corte por exemplo, que trabalha desde a pesquisa para o melhoramento gen?tico at? a disposição na gôndola para atender às nossas demandas e interesses. Mesmo na correria cotidiana, temos como dispender alguns minutos diante de um produto para verificarmos alguns dados ?– como raça, corte, coloração, procedência, entre outros ?– que embasem nossa escolha.


Deixamos de responder ?“Pode ser?” de maneira hesitante e passamos a afirmar categoricamente ?“Quero este?”.


Autor: Rodrigo Alva
Analista da Embrapa Gado de Corte

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